quarta-feira, 18 de maio de 2022

Cultura do Repertório


    O
estudante começa sua jornada na música, e passa por várias etapas, desde a pesquisa de um bom professor, a compra do seu equipamento, a organização dos estudos no seu dia-a-dia, a manutenção dos seus instrumentos, a primeira troca de cordas, as primeiras amizades musicais, etc.

    E geralmente em algum ponto dessa fase inicial de construção de uma vida com a música, dois tipos diferentes de estudantes são definidos:
    Aqueles que tem uma coragem inicial latente de construir networking e amizades musicais, e aqueles que preferem ficar praticando as lições pra si mesmo no quarto.   
    
Tem a ver com a personalidade: os que ficam mais tempo treinando sozinhos tem uma certa "timidez" ou medo de tocar em público (e acabar errando!). 
 Aqueles que não tem medo de tocar em público geralmente desenvolvem mais rápido, pois aparentam não ligar muito para os erros e isso faz com que sejam mais fluentes em menos tempo. 

 Mas veja só: os dois tipos provavelmente erram o mesmo tanto. A diferença é o modo de encarar isso, que é tão natural para a fase de aprendizagem e mesmo para a vida profissional. 

 Não há nada de errado em permanecer um bom tempo em evolução consigo mesmo. Praticando os exercícios, técnicas, etc, sozinho, sem plateia.

 E não há nada de errado também deixar de lado alguns exercícios para se dedicar a trocar conhecimentos práticos com amigos que também já estão tocando.

 Porém, é interessante que pra se passar desse nível, em ambos os casos, que se crie uma cultura de repertório. Músicas completas, tocadas do começo ao fim, de forma fluída e tranquila. 

 No primeiro caso (do tímido), temos músicos excelentes que não tocam em público, mas ao entrar na fase de repertório, acabam tocando muitas músicas geralmente de nível mais elevado. Pena que ninguém vê (ou ouve) ...

 No segundo caso (do popular), temos músicos muitos práticos, que não ligam muito pra perfeição nem pra complexidade, mas conseguem tocar muitas músicas e se divertem junto com os ouvintes e amigos.

 Obs.: não é uma regra que todos sejam assim, mas a maioria se enquadra em um dos dois.

Qual dos dois tipos acima parece mais com você? 


 Independente da sua resposta, o tema desse artigo é uma motivação para a construção do seu repertório. Ele definirá como você será em termos musicais, e até mesmo as amizades que terá na música. Tocar canções integralmente torna muito mais claro o conteúdo que se passou tanto tempo estudando. E mostra o quão preparado se está para entender a diversidade rítmica, harmônica e melódica que existe na arte musical. Costumo dizer que repertório é a teoria na prática.

 A dica aqui é simples: mesmo que você ainda esteja só começando a aprender um instrumento, busque tocar músicas que estão no seu nível. No nível iniciante, por exemplo, dá pra se tocar facilmente um Parabéns pra Você, Jingle Bell, e até mesmo algumas músicas populares. Peça ajuda ao seu professor, ou a quem já toca, pra aprender músicas que estão no seu nível técnico.

 


 Eu sempre procuro elencar os conteúdos teóricos e técnicos com repertório, que tenha a ver com a personalidade e o nível técnico dos meus alunos. Assim, eles fixam o conteúdo aprendido colocando em prática em músicas que eles gostam, e isso tem facilitado muito a evolução. 
 Por exemplo: se o conteúdo é escala cromática, após entender e fixar a cânone teórico dos princípios, intervalos e acidentes dessa escala, podemos praticar em algumas cordas solfejando cada nota, e logo após isso tocar uma música que use bastante essa escala, como o tema da Pantera Cor de Rosa ou do filme do Batman. Legal, né? 
Você sabia que o tema da
Pantera Cor-de-Rosa dá um ótimo
estudo de escala cromática?


 E se o aluno for do rock, podemos tocar um trechinho do início da For Whom te Bell Tools do Metallica. E se ele gostar de MPB? Podemos cadenciar a melodia do início do Hino Nacional

 Enfim, são muitas possibilidades, e cabe ao professor ter criatividade e experiência pra despertar no aluno um gosto genuíno pelos estudos, elencando a teoria à prática. E da prática, ao repertório. 
 O repertório irá desenvolver o estudante muito mais do que tudo que existe na teoria musical. Por isso deve ser prioridade.



    Você, como estudante, faça o possível para criar o hábito de praticar músicas inteiras. 
    Dica: use uma pasta e nela arquive todas as músicas que você quer tocar. Letras, cifras, tablaturas, partituras... e treine essa pasta todos os dias até que todo esse repertório fique tão impregnado que você tocará cada música de forma automática e fluída, e a pasta será meramente um símbolo.

    E para quem quer um repertório gospel de bom gosto, recomendo muito o Livro Digital 100 Músicas Gospel. Nele tem uma grande coleção escolhida a dedo, revisada e cifrada por profissionais, além de vários materiais de bônus. Se você gostou, saiba mais sobre ele clicando aqui.




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  Máxima do artigo: desenvolva a cultura do repertório em si! Escolha músicas que tenham a ver contigo, possuam significado e valor emocional. Saiba que isso vai acelerar em muitas vezes seu desenvolvimento na música. Tocando só para si ou em público, essa dica funciona mesmo!

    Bons estudos e bom repertório!