quarta-feira, 5 de agosto de 2020

As três coisas que transformam uma pessoa comum em um ótimo músico

A grande maioria das pessoas que me procuram para aprender música tem sonhos altos com essa arte: serem ótimos músicos, com reconhecimento, com capacidade para tocar com músicos profissionais, terem uma banda, gravarem suas composições, terem um canal nas redes sociais mostrando suas ideias e seu diferencial ... mas poucos realmente estão dispostos a assumir uma rotina rígida de aprendizado. E uma postura mental adequada é totalmente decisiva para se tornar um ótimo músico ou não.

5 livros para estudar música que todo mundo deveria ler ...
Estudar música deve ser uma tarefa diária

Primeiro, uma reflexão.
Como você pensa nos seus ídolos musicais? Consegue imaginar o quanto praticaram pra chegar a um nível em que pessoas como você os admirassem? O quanto estudaram, e o quanto tiveram que abrir mão de muitas coisas pra se dedicarem à perfeição?

E mais ainda: você imagina que o esforço que você faz hoje para aprender música é razoavelmente parecido com o de seus ídolos?
Se não é, repense. Se você quer um alto nível, há um caminho árduo a ser trilhado. Grandes mentes já disseram: "nada conquistado fácil tem profundidade".


Descubra quais os benefícios de estudar música - Estudo PráticoMas há uma boa notícia aqui. Você não precisa fazer isso sozinho!
Você pode contar com seus amigos e familiares para motivarem, e também com um bom tutor. Escolha bem! Escolha um professor que tenha história, que comprovadamente conheça música, e tão importante quanto isso, que seja uma pessoa apaixonada pela música, cujos olhos brilhem ao falar sobre música e ensinar as coisas que sabe que transformarão não só seu conhecimento musical, mas toda sua vida em geral.

 Pessoas que tem verdadeiro amor no ensino são contagiosas, motivam até sem perceber!

 A mente e a organização de um ótimo músico são totalmente diferenciados! Não são pessoas comuns. Seguem vigorosamente uma série de rotinas.
 Leia com muita, muita atenção essas três coisas a seguir, que separam meninos de homens na música:


1 - Ótimos músicos têm uma rotina disciplinada e sistematizada de estudos   

    Já se foi o tempo em que dava pra estudar 6, 8, 12 horas diárias. Eu consegui viver essa época, e eram comuns os dias com até mais de 12 horas de estudos e práticas musicais. Mas com o avanço das tecnologias e o aumento de todo tipo de concorrência, hoje somos praticamente obrigados a assumir rotinas de trabalho extensas. O mesmo com os estudos curriculares. E no tempo livre, as mídias sociais tendem a tomar mais nosso tempo.
 Também temos de nos dedicar às tarefas caseiras e à família, e no fim quase não sobra tempo pra praticar. Sobra um quase-tempo.
  Mas esse quase-tempo é o grande diferencial dos ótimos músicos! A grande maioria das pessoas irá preferir descansar, relaxar ou ficar nas redes sociais nesse período. Os ótimos músicos criarão verdadeira paixão por esse tempo, dividindo-o em blocos de estudos de acordo com a quantidade dele disponível no dia. Esses blocos de estudos são áreas da música a serem estudadas. Por exemplo:

1 hora de estudos
15 minutos de técnica: exercícios de acordo com seu nível, repetições de acordes, frases, técnicas, etc
15 minutos de teoria musical: estudos de harmonia, intervalos, escalas
15 minutos de improvisação: tocar livremente, improvisar melodias com ou sem playback,
15 minutos de repertório: prática de músicas, com objetivo de tocá-las completas e fluídas


E grave no coração essa máxima:

Se você quer ser um ótimo músico, estude diariamente!
Não adianta deixar para treinar 20 horas no fim de semana!

Isso é tão importante que vou repetir denovo:

Se você quer ser um ótimo músico, estude diariamente!

Se você realmente quer ser um ótimo músico, anote isso, imprima, repita em voz alta, coloque isso na sua vida!

Se você quer ser um ótimo músico, estude diariamente!


Agora, vamos prosseguir:

2 - Ótimos músicos organizam seu local de estudos

 Onde estão seus instrumentos e seus materiais de estudo agora? Se eles estiverem em locais diferentes, ou pior ainda, se você não souber onde eles estão, é bem provável que você não esteja levando seus estudos a sério.
Os melhores músicos criam um local sagrado onde estudam, treinam, meditam, compõem, pensam música. Pode ser qualquer lugar! Um quartinho pequeno, um espaço perto do seu PC, do lado da cama, no quintal, qualquer lugar mesmo.
 Por muito tempo meu cantinho era uma varanda. Quantas madrugadas estudando e tocando de fone de ouvido pra não acordar ninguém...
Looney Tunes ROADRUNNER Road Runner PVC Figure Guitar - $5.99 ...
Meu mascote desde 2001

O importante é que você o arrume do seu jeito, e de uma forma que você possa chegar, sentar e estudar rapidamente, sem necessidade de ter de arrumar tudo sempre. Deixe pré-preparado. Isso faz tanta diferença que chega a ser decisivo. Faça de tudo pra ter esse cantinho! Coloque seu material, seu caderninho de anotações, pode ter 1 ou 2 pôsters do seus músicos favoritos, mascotes (o meu é o papa-léguas), e tudo que for te ajudar a evoluir.


3 - Ótimos músicos estão sempre interagindo com outros músicos

Improvisando blues com os amigos
 Treinar sozinho é fundamental. E muito!
 Mas assim que possível comece a interagir com seus amigos que tocam. Se ainda não tiver amigos assim, busque essas amizades. São essenciais! Troque ideias, conhecimentos, ouça-os tocando, e permita-se ser ouvido o máximo possível. E muito importante: ouça com humildade as críticas sobre o que você está fazendo. Nunca ache que está perfeito. Pode-se aprender muito com críticas, seja grato por elas.
    Obrigado a todos meus amigos que me ouviram, criticaram e dispuseram seus ouvidos pra minhas ideias malucas nessa época!

 Tocar com outros é essencial, pois desenvolve 3 áreas principais:

1. As noções de rítmica: onde, como entrar e se portar na música em grupo
2. As noções de partilha de conhecimento: esteja aberto a ensinar e aprender com os outros!
3. As noções de superação do ego: entenda que a música é mais importante do que toda sua técnica e seu conhecimento: faça o necessário que a música pede, ouça sua intuição e seu coração e deixe sua sede de performance virtuosa de lado um pouco.

 Essa última é muito importante: uma boa música deve agradar. Quando se toca em grupo ou em público, deve-se agradar a esses. A música não é somente sua. Deixe os exageros pra quando estiver tocando sozinho. Mas tenha o bom senso de ser virtuoso quando a música em grupo pede também. Experiência e maturidade são as chaves! E arte é expressão, dinâmica, presença. Lembre-se disso também.

Disciplina é algo cansativo?

Pra finalizar, vou dar uma dica que sempre me ajudou muito.
 Muita gente considera que disciplina tem de ser algo cansativo e obrigatório, mas é exatamente o contrário quando é pra algo que você ama: comece rígido, estudando diariamente. Mesmo nos dias em que não tiver vontade. Faça esse esforço no começo, por favor!
 Ao ver sua evolução, e começarem a aparecer os resultados, treinar diariamente vai deixar de parecer um sacrifício e assumir um caráter de paixão, e será uma parte de você. Vai ficar ansioso pra chegar a hora de treinar. E vai ser prioridade do seu dia, e quando chega a esse ponto, pode ter certeza de que você está no caminho certo!  

    Eu desejo muito, muito mesmo que você chegue a esse ponto! Tento sempre iluminar essa noção para meus alunos, e realmente fico muito feliz quando muitos deles conseguem e me enchem de verdadeiro orgulho. Meu objetivo é que ganhem conhecimento, maturidade e evolução o suficiente para ficarem independentes de mim, e começarem a criar a sua própria história. E tenho muitos exemplos de alunos assim, isso é realmente um marco importante na vida de um professor. Fico extremamente feliz e grato!

  Espero que esse artigo tenha te ajudado de alguma forma.


  E se precisar de ajuda ou de um professor que ama o que faz, pode contar comigo!

Carlos SpeedhertZ: 12 anos de ensino musical!











Boa sorte e bons estudos!


quinta-feira, 25 de junho de 2020

Sexta Modal: Decifrando os Modos Gregos

Série de Vídeos no Instagram

 Essa série de vídeos foi a realização de um sonho antigo. Já faz alguns anos que desejava criar uma série de vídeos com esse tema, e expor minhas descobertas desse assunto tão prolífico. As maiores dificuldades eram encontrar tempo para essa produção em meio a tantos alunos e assessorias musicais com clientes de todo o Brasil, e, talvez o mais difícil: encarar o temido ofício de edição de vídeos. 🤣
 Com a pandemia do COVID-19 no começo desse ano de 2020, as aulas presenciais foram paralisadas, e eis aqui o tempo para produzir finalmente essa esperada série! Embarquei com toda coragem, ímpeto e amor pela música para gravar todas essas ideias.

Aplicando lições em grupo no SMI
   Como músico e professor de música, estudei a fundo os modos, tanto analítica e teoricamente, quanto na rotina prática e técnica musical. Percebi como é escasso o material sobre esse tema, e com o tempo, com as idas e vindas de vários estudantes de guitarra nesses 12 anos de ensino, consegui compilar as principais dúvidas dos alunos. Adicionei essas dúvidas ao script da série, e me lancei na rotina de gravações e edições para o Instagram para sanar todas essas dúvidas comuns. Assim, nasceu a Sexta Modal: Decifrando os Modos Gregos.


O que são os Modos Gregos?*

 "Um dos temas mais procurados por estudantes de guitarra, por exemplo, pelo aspecto visual e “libertário” que proporciona – dominar os modos gregos possibilita usar todo o braço do instrumento de cordas sem sair do tom. Essa ideia inicial é correta, no entanto essa é uma das consequências menos importantes dos modos gregos. Além disso, é possível dizer que Modos Gregos é um tema de tal complexidade que temos apostilas que tratam exclusivamente dela. As possibilidades são muitas, no entanto há um certo exagero fantasioso criado sobre o tema, que ao compreender em sua essência passa a ser simples e intuitivo, e não requer grandes compêndios.

 
Conteúdo detalhado na apostila do SMI
Historicamente, os modos gregos advém da escola grega, como o nome sugere. As formas de organização das notas musicais eram dispostas em intervalos de tom, semitom e até menores que um semitom – características de alguns instrumentos não-temperados, por exemplo. Essas formas adornavam o teatro grego, como dórico e jônico, mas pode ser aplicado à toda arte grega, da arquitetura à dialética. E cada forma possuía uma sonoridade consonante, dissonante ou cromática, e daí vinham as formas de se suceder melodias nos instrumentos nas várias cidades gregas, criando aspectos únicos com o sistema pitagórico e dando origem finalmente aos sete modos gregos atuais, que são as sete disposições que a escala maior diatônica possui. Os nomes dos sete modos: Jônio, Dórico, Frígio, Lídio, Mixolídio, Eólio, Lócrio.
 
 Em dados simples, os modos gregos são sete diferentes formas de se tocar as mesmas notas da escala maior. A diferença da sua sonoridade se dá pelos intervalos gerados pelas diferenças nas escalas. E essa sonoridade pode ser mais ou menos intensa dependendo de como se usam os modos gregos.
 A partir daí, temos uma série de consequências harmônicas, que podemos sistematizar em três grupos:

1 – Melodia modal (as escalas dos modos)
2 – O acorde modal (o acorde com dissonância que representa o modo)
3 – A harmonia modal (conjunto de acordes com sonoridade modal)" *

* Trecho de introdução aos Modos Gregos presente na seguinte obra: Speedhertz, Carlos. Apostila de Estudos Musicais do SMI - Nível Intermediário, 1ªed., 2019. Versão digital aqui .

Voltando à série

 
 O vídeo introdutório da série teve um grande alcance logo de cara! Nele, trouxe o contexto histórico dos Modos Gregos, citando a Grécia Antiga, o período medieval com os Modos Eclesiásticos e o período moderno com a concepção 'seis modos + o sétimo modo adaptado'. Além disso, expliquei como funcionam a partir de seus intervalos, tracei estratégias com as melhores formas de se compreender esse assunto e como estudá-lo, abordei o tabu das sonoridades modais e demonstrei como seria a estrutura de cada vídeo da série.

 Cada um dos modos ganhou um vídeo semanal exclusivo, com cerca de 12 minutos cada, que seguiu a seguinte estrutura:

 1. Improvisação modal (usando backing tracks modais que criei exclusivamente pra série)
 2.  Introdução ao modo: intervalos, shapes, sonoridades, acorde modal
3. Harmonização : mostrando várias formas de harmonizar o modo
4. Harmonia do playback: revelando os acordes utilizados no backing track modal
5. Licks: demonstração de 4 licks (frases) com sonoridades modais
6. Ideias e soluções: mostrando alguns insights e recursos com o modo grego

Editando vídeo da Sexta Modal
   Foram dois meses de muito trabalho - trabalho duro mas muito prazeroso, principalmente na edição, mas também na criação das harmonias e das frases modais, além do processo de gravação, ajuste de áudio, mixagem e equalização das trilhas, composição dos instrumentos de backing, etc. 

Mas o bom trabalho duro, feito de coração, tem bons resultados!
   Após a conclusão do penúltimo vídeo da série, fiz um levantamento do alcance geral da série, e obtive os seguintes números pelo Instagram:
Números gerados pela Sexta Modal no Instagram
Realmente fiquei muito satisfeito. Mas o que mais me alegrou foi saber que estava transformando vidas, pois os estudantes assistiam os vídeos e aprendiam, descobriam ideias sobre esse tema e finalmente entendiam os Modos Gregos. Isso é muito importante pra mim, pois esse assunto é até hoje visto como complexo e deixado de lado por muitos músicos. Obviamente esses números no Instagram estão ainda maiores hoje, após o lançamento do oitavo e último vídeo, encerrando assim a Sexta Modal.

  
Grandes músicos marcando presença na Sexta Modal
Além desse primoroso alcance, tive retorno de vários estudantes via inbox, WhatsApp e comentários nos vídeos, vindo de grandes músicos, estudantes de toda parte e meus próprios alunos online. A série alavancou meu perfil no Instagram e acabou me trazendo uma alta quantidade de seguidores e de novos alunos online. 
 Todo esse prestígio me motiva a já pensar em uma nova série, quem sabe, tratando de outros temas relevantes para a guitarra. 😜
 Realmente fico muito agradecido por esse retorno e pelo carinho!💓

   Se for citar algum ponto negativo nessa produção, eu diria que é o nível teórico necessário para se entender os vídeos. Como o assunto é de envergadura intermediário para avançado, é preciso já ter uma noção básica de intervalos, campo harmônico, escalas diatônicas e nomes das técnicas básicas. Esse talvez seja o gancho para a série nova, voltada a um público mais iniciante, trazendo insights sobre teoria e técnicas básicas de forma DDD: Dinâmica, Divertida e Disciplinar.

Assista a série!


 Pra acessar cada um dos vídeos dessa série, basta encontrar meu perfil no Instagram (@carlos.speedhertz) e entrar no meu IGTV: lá estão os oito vídeos disponíveis para todos, gratuitamente:



 Para quem quiser se aprofundar nesse tema e em vários outros do universo da guitarra, ainda tenho vagas para aulas online. Cada aluno recebe as aulas em vídeo HD personalizado, resumo de cada aula em PDF e material didático via Email, Google Drive ou WhatsApp, além de atenção frequente quantas vezes precisar, pelo WhatsApp, para tirar dúvidas e esclarecer conteúdos.
 Para ser meu aluno, é só acessar: insta.am/Speedhertz

Brinde !

 Pra você que acompanhou até aqui esse artigo, e já viu ou vai ver os vídeos da Sexta Modal, separei todos os backing tracks e tablaturas dos licks da Sexta Modal no link a seguir, pra você poder estudar e praticar usando os backing tracks, improvisar com excelência e evoluir para o guitarrista que você quer ser!

 Para acessar, clique no link a seguir:



 Ah, antes de ir lá estudar, lembre-se de me seguir no Instagram e compartilhar esse post com os amigos que você quer que evoluam também! Também ficarei muito feliz com seu feedback depois de assistir a série.

 Bons estudos!